[poesia] A BELEZA DE SE FELIZ, Ana Carolina Moreira - Costelas Felinas Editora


beleza de ser feliz para Ana é a escrita.

Não, não pretendia iniciar esta apreciação com uma espécie de conclusão logo na primeira linha, até porque seria sucinto demais diante da leitura de um livro tão sublime, delicado e profundo quanto este, que você, por sorte ou mistério, tem em mãos. Então considere a frase que abre esse prefácio, que tenho a honra e alegria em escrever, como um impacto, um choque causado pela beleza da Beleza.

E há muitas belezas para Ana Carolina, há muitas belezas em Carol. A mesma diversidade com que você, que por ventura a conheça um pouco mais como eu, tem de chamá-la, todos e todas, ainda que não a conheçam e o estejam concretizando a partir de sua obra, terão de se encantarem a partir de suas palavras.

Este é um livro “esperando para ser percebido”, assim como a poesia, segundo a nossa autora, espera renovar-se na percepção de quem a encontra. A nossa poeta encontrou a poesia, e a encontrou sem autossabotagem, encontrou-a nos momentos, nas miudezas e aparentes insignificâncias, como o poeta Manoel de Barros versa “... A importância de uma coisa não se mede com fita métrica nem com balanças nem barômetros... A importância de uma coisa há que ser medida pelo encantamento que a coisa produza em nós.”

Como em Manoel, a poesia de Ana é um frescor de sensibilidades, um desaguar de esperanças que não esquece de contemplar as belezas do cotidiano tão possíveis à retina para garantir o brilho nos olhos.

“Há tanta poesia/e o dia só começou”

Há tanta poesia e Ana só começou!

Quem conhece a autora sabe que mora um sorriso em seus lábios e o sorriso não raro vem acompanhado do brilho no olhar. Ao ler seus poemas, que mesmo com tão pouca idade configuram sua segunda obra, tive a impressão de ver o sorriso de Ana em seus escritos, uma espécie de caligrafia da sua alma, de identidade da sua escrita. E a vida se encarrega da compensação com seus cheiros de palavras, histórias em versos e um após sempre poético. Encanto é a energia renovável para o viver dela, sua poesia é para o nosso.

A fragrância da esperança também circunda essas páginas. Vem com o canto dos pássaros pela manhã de poesia. E a poesia de Carol é canção. Uma melodia que sofre sim, mas sorri em luta pra insistir e acreditar. E ao lê-la, vamos  juntos transformando dor em flor, fluindo emoções que precisam uma da outra pra nos construir, reconstruir e arrebatar: liberdade e felicidade em versos de quem sabe onde quer ir com as palavras ou de onde elas vieram.

Uma aquarela de sentidos é a Beleza de ser feliz, uma aquarela de sentidos é ser feliz.

“Porque a vida é a matéria prima e a poesia o seu produto”. A poesia pode ser o milagre que a gente busca, porque “em seu olhar poético, tudo se transforma” E Ana Carolina não guardou a poesia encontrada pra si, ela nos doou.

Então, não feche seus olhos, não feche este livro antes de encontrar a poesia. Permita-se contemplá-la, disposta, comovente e a espera de ser também sua, em cada página que passa pelos seus dedos e alcança seu coração. Quem sabe assim, ficará mais simples permitir-se também a beleza de ser feliz.

 Por  Andréa Rezende, poeta, escritora e professora

Estilo: poesia

Tamanho: 14x20

Capa: brochura

Páginas: 63

Ano: 2024

Editora: Costelas Felinas

Contato: e-mail livroscostelasfelinas@gmail.com


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