[dramartugia] TEATRO - ROTEIROS, autor H. Francisconi - Costelas Felinas Editora
A primeira peça, “Um cinquentão em quarentena”, retrata a vida de um homem que, diante da pandemia, desenvolve uma possível síndrome do pânico. O ambiente claustrofóbico de seu quarto se torna um microcosmo das dificuldades enfrentadas durante períodos de isolamento. A dinâmica entre o protagonista e sua família revela as tensões e frustrações comuns em momentos de crise, enquanto eles tentam convencê-lo a retomar a convivência familiar, mostrando como o medo pode ser paralisante.
Na sequência, “As amigas do professor Afrânio” oferece uma visão cômica e caótica do cotidiano de um psicólogo sobrecarregado. Afrânio, que luta para corrigir provas, é interrompido incessantemente por chamadas de suas pacientes e familiares, levando-o a um estado de exaustão emocional. Essa peça explora a inversão de papéis na terapia, onde o terapeuta, pressionado, se vê em um cenário de diálogo caótico que reflete a confusão e o desespero do mundo moderno.
Por fim, “Eu?!” traz um toque surreal à narrativa, seguindo Edileusa em um momento de introspecção após um sonho inquietante sobre a traição de seu marido com sua irmã. A peça aborda questões de confiança e ciúmes, culminando em um final inesperado que evoca a “Lei do Eterno Retorno”, uma reflexão sobre como os padrões de comportamento se repetem na vida das pessoas.
Em suma, "Teatro - Roteiros" não apenas diverte, mas também provoca reflexões profundas sobre a condição humana em tempos de crise, utilizando o humor para iluminar as complexidades das emoções e das relações interpessoais. As peças são uma verdadeira ode à resiliência e à capacidade de rir das adversidades, destacando a importância do diálogo e da compreensão em tempos desafiadores.
[Cláudia Brino]
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